21 passeios incríveis para fazer em Veneza em 1, 2 ou 3 dias (guia prático)

Por Josiane Bravo

O que fazer em Veneza (em italiano: Venezia)? A cidade dos canais que transpira arte, rende belas fotos, está na lista dos Patrimônios da Humanidade pela Unesco e é tão rica em história que nos faz voltar ao tempo.

Neste guia você vai encontrar dicas essenciais para planejar sua viagem na cidade mais romântica da Itália como dicas de passeios, como chegar, transporte, sugestão de roteiro e muito mais.

Sobre Veneza

Veneza está situada sobre um grupo de pequenas ilhas no nordeste da Itália, na região de Vêneto. Separadas por pequenos canais e pontes, a Ilha de Veneza é composta por 6 bairros, chamados de “sestieri” em italiano: San Marco, Castello, Cannaregio, Santa Croce, San Polo e Dorsoduro.

Além dos pequenos canais que cortam Veneza, o principal e maior deles é o Grande Canal, também conhecido como a principal avenida da ilha. É por ele que passa as grandes embarcações e onde se encontram as estações de vaporetto.

Curiosidades

Sabia que a palavra tchau tem origem Veneziana? Que Veneza é uma das cidades mais vulneráveis do mundo? Que a cidade tem mais de 150 canais e 400 pontes? São tantas curiosidades sobre Veneza que escrevi um artigo só sobre elas, pois conhecer mais sobre a história do destino enriquece ainda mais sua viagem.

LEIA TAMBÉM: 20 fatos e curiosidades sobre Veneza que você precisa saber
Não é um charme essas casinhas coloridas?

Transporte em Veneza

Como não transita carros, as duas formas de se deslocar na ilha é a pé ou de barco.

Vaporetto:

  • O principal meio de transporte são os ônibus aquáticos conhecidos como Vaporettos, uma espécie de balsa que é operado pela ACTV e está entre um dos meios de transportes mais caros do mundo, o bilhete simples custa 7,50 euros.
  • Para planejar seu itinerário, é possível ver as linhas e paradas de vaporettos no site da ACTV. E neste link aqui você tem uma visão do mapa das linhas.
  • Uma boa opção que pode ser mais vantajosa é comprar os passes de vaporettos de 24h, 48h ou 72h. Com o passe o transporte é ilimitado e você pode usá-lo quantas vezes quiser no dia, inclusive para ir para as ilhas de Burano e Murano.
  • Importante: toda vez que pegar um vaporetto ou trem em Veneza, lembre-se de validá-los antes de embarcar. Caso se esqueça, corre o risco de pagar uma multa bem alta se algum fiscal te parar.

Táxis aquáticos:

  • O jeito mais chique e confortável de se deslocar em Veneza é através dos táxis aquáticos, que são lanchas que transportam até 6 pessoas. No entanto, prepare o bolso, é o meio de transporte mais caro da ilha.  É vantajoso se estiver com um grupo de pessoas, pois é uma forma bacana e diferente de explorar a ilha em auto estilo com amigos e familiares.

Como chegar em Veneza

Avião:

  • o aeroporto de Veneza é o Marco Polo;
  • para quem quer economizar, a maneira mais barata é ir do aeroporto a Veneza de ônibus da ACTV, que custa 8 euros e deixa o passageiro na Piazzale Roma (rodoviária de Veneza). E pagando o mesmo valor, outra opção são os ônibus da ATVO (que são mais luxuosos que os da ACTV), e também deixa na rodoviária de Veneza. De lá você pode seguir viagem a pé, caso o hotel seja próximo, ou pegar um vaporetto ou táxi aquático;
  • se quiser chegar em Veneza da maneira mais tradicional e veneziana, outra opção são os barcos da empresa Alilaguna, que possui 4 linhas (veja o mapa aqui). O bilhete custa 15 euros e é possível comprar online ou no próprio aeroporto;
  • e a opção mais cara e chique são os táxis aquáticos. Também tem os táxis aquáticos compartilhados, que sai mais em conta que o privado. A vantagem é que o trajeto já é uma atração, pois chegará em Veneza em auto estilo a bordo de uma lancha.

Trem:

  • foi através deste meio que cheguei em Veneza. Para quem chega de trem, o desembarque é na Estação Santa Lucia, que fica na ilha, coladinha com o bairro Cannagerio;
  • saindo da estação de trem, se o hotel for próximo, pode seguir a pé, ou pegar um vaporetto ou um táxi aquático;
  • de frente para a estação tem paradas para vaporettos para todas as linhas;
  • ressaltando que como a ilha é composta de canais e várias pontes, caminhar com malas grandes e pesadas é um desafio se o hotel for longe;

Ônibus:

  • a rodoviária de Veneza é a Piazzale Roma, que fica perto da Estação Santa Lucia;
  • se chegar de ônibus, depois para seguir até seu hotel tem a opção de ir a pé se o local for perto, ou pegar um vaporetto (tem uma estação de vaporetto bem na frente da rodoviária). Para isso, certifique-se de qual é a parada mais próxima do hotel.  

Cruzeiro:

  • para ir do Terminal de Cruzeiros até Veneza a opção é pegar um monotrilho (um trenzinho chamado People Mover) que te deixa na Piazzale Roma.

Carro:

  • chegar de carro em Veneza não é a melhor opção, a dica é evitar este meio de transporte, afinal, não transita carros na ilha, então ele não vai servir para nada;
  • se puder, é mais viável deixar o carro estacionado em Mestre, onde as diárias de estacionamento são bem mais conta, e depois pegar um trem até a Estação Santa Lucia. Caso contrário, prepare-se para pagar caro para deixar o carro estacionado na ilha;
  • as duas opções são: deixar o carro no estacionamento que fica na Piazzale Roma, com diárias a partir de 32 euros, ou na Ilha de Trochetto (que fica ao lado do Terminal de Cruzeiros), com diárias a partir de 20 euros.
Vaporettos e táxis aquáticos na frente da Estação Santa Lucia

O que fazer em Veneza em 1, 2 ou 3 dias

Quanto tempo ficar em Veneza? Eu fiquei apenas 2 dias e confesso que fui embora com gostinho de quero mais. Que cidade mais linda, um verdadeiro museu a céu aberto, são tantos museus, igrejas, pontes lindas, tanta coisa para fazer e ver que o recomendado é de pelo menos uns 3 dias para conhecer a cidade com calma.

1. Passear na Praça de São Marcos

A Praça de São Marços (ou Piazza San Marcos) é um dos cartões postais de Veneza e é a praça mais importante e movimentada da cidade.

Localizada no bairro mais turístico de Veneza, em São Marcos, a Praça de São Marcos é daqueles passeios imperdíveis para quem curte história, afinal, é nela onde encontra-se os edifícios mais importantes e históricos de Veneza  como o Palácio Ducal, o Campanário de São Marcos, a Basílica de São Marcos e a Torre do Relógio. 

Praça de São Marcos

A dica é chegar o mais cedo possível para evitar a multidão de gente e admirar com mais tranquilidade cada detalhe da praça como símbolos, torres e monumentos. Entre eles destacam-se duas torres de granito (as Colunas de São Marcos e São Teodoro).

Outro destaque da praça para prestar atenção é na linda Torre de Relógio, que foi construída lá no século 15. Já no alto da torre, duas estátuas de bronze atraem os olhares, são elas que tocam as horas.  Além das horas, o relógio digital também indica as fases lunares, meses e os signos do zodíaco.

Relógio da Praça de São Marcos

E para aqueles que não se importam de pagar mais caro para tomar um cafezinho, um dos cafés mais antigos da Europa e do mundo fica localizado na Praça de São Marcos, o famoso Café Florian. No entanto, pela sua importância histórica, prepare o bolso na hora de pagar a conta, é caro.

2. Entrar na Basílica de São Marcos

A Basílica de São Marcos é o templo religioso mais importante da Itália e um dos principais pontos turísticos de Veneza pela sua riqueza histórica.

Situada ao lado do Palácio Ducal, a belíssima igreja tem mais de mil anos de muita história. Ela está situada no mesmo lugar onde existia uma outra igreja construída em 828 para guardar os restos mortais do evangelista São Marcos.

A construção atual da Basílica de São Marcos, de arquitetura bizantina, tem forma de cruz e atrai os olhares dos turistas que ficam maravilhados com os detalhes dos mosaicos que compõem a decoração das paredes e do piso da igreja.

Basílica de São Marcos

Já na entrada, não deixe de prestar atenção nos quatros cavalos que ficam na fachada da basílica. Trata-se das réplicas dos “Cavalos de São Marcos” (ou Cavalos de bronze de Constantino), que são um conjunto de 4 estátuas de cavalos em bronze que foram esculpidos há mais de 2 mil anos, no século IV a.C. Os cavalos originais estão guardados dentro do Museu de São Marcos, que fica no interior da basílica.

Como conhecer o interior da Basílica de San Marcos

Além do Museu de São Marcos, a basílica também abriga o “Tesouro Paroquial da Basílica”, onde estão guardados os tesouros e peças sagradas.

A entrada é gratuita para conhecer o interior da basílica. No entanto, como a concorrência é grande, é preciso enfrentar filas enormes para ter acesso. Se for durante a alta temporada, a espera demora ainda mais. Dito isso, fica a dica: se quiser evitar as filas, pelo custo de 3 euros é possível reservar um bilhete com antecedência para entrar na igreja através de um acesso preferencial.

  • Horário de funcionamento: de outubro a abril: de segunda a sábado das 9:30 às 17:30 – domingos e feriados das 14:00 às 16:30. De abril a outubro: de segunda a sábado das 9:30 às 17:30 – domingos e feriados das 14:00 às 17:00
  • Entrada: gratuita
  • Site oficial: www.basilicasanmarco.it
  • Obs: para ter acesso ao Museu de São Marcos, a Pá de Ouro e o Tesouro Paroquial, a entrada é paga a parte.

3. Torre do Campanário

O Campanário de São Marcos é outra atração imperdível que fica na principal praça de Veneza. Trata-se da torre do sino da Basílica de São Marcos e a construção mais alta de Veneza, além de ser um dos edifícios mais antigos da cidade. A primeira torre foi construída no século 9, mas em 1902 desmoronou. A versão atual foi reconstruída seguindo o mesmo modelo da original.

Com 98 metros de altura, a torre do Campanário é um dos melhores lugares para apreciar Veneza das alturas. No passado, ela servia como base para observação das embarcações que chegavam à cidade. E para vocês terem uma noção da sua importância histórica, Galileu Galilei já usou a torre do Campanário como ponto de observação para estudar os céus.

  • Horário de funcionamento: é aberto diariamente, porém os horários de abertura variam de acordo com a época do ano. Confira os horários aqui.
  • Entrada: €8
O que fazer em Veneza - Praça de São Marcos

4. Tour pelo Palácio Ducal

O Palácio Ducal (Pallazo Ducale) fica ao lado da Basílica de São Marcos e é parada obrigatória para os amantes de história e arquitetura.

Também conhecido como o Palácio do Doge, essa obra-prima da arquitetura gótica veneziana foi construída entre 1309 e 1424. No passado foi o lar doce lar dos Doges de Veneza (dirigente máximo da República de Veneza, ou seja, quem governa) e sede do governo por quase sete séculos.

Palácio Ducal à direita – foto divulgação (Pixabay)

Como visitar o Palácio Ducal

Se quiser conhecer mais sobre a história de Veneza, a dica é visitar os itinerários secretos do palácio, que é um tour guiado oferecido diariamente em inglês, italiano ou francês. O tour dura em média 1h45 e durante o passeio você vai percorrer pelas passagens secretas do palácio como as prisões no subsolo, escritórios dos oficiais, pátio onde os Doges eram coroados e muito +.

Para fazer o “itinerário secreto” é necessário fazer a reserva com antecedência, os tours funcionam diariamente, mas é preciso ter um número mínimo de pessoas. Saiba mais no site do Palácio Ducal, como valores e informações úteis de outros tours pelo palácio.

Importante: o bacana de visitar o interior do Palácio Ducal é que você vai ter a oportunidade de atravessar a Ponte dos Suspiros. E adquirindo o ingresso comum (sem guia), além do Palácio Ducal ele te dá direito a entrar no Museu Correr, Museu Arqueológico Nacional e Biblioteca Marciana. A minha dica é adquirir o ingresso com antecedência para evitar as filas.

Para quem curte este tipo de passeio, o site Get Your Guide (parceiro do blog) oferece um tour guiado pelo Palácio Ducal + Basílica de São Marcos.

  • Horário de funcionamento: abre diariamente. De abril a outubro funciona das 8:30 às 19:00 e de novembro a março das 8:30 às 17:30
  • Site oficial: palazzoducale.visitmuve.it/en/home/

5. Caminhar pelo calçadão Riva degli Schiavoni

A Riva degli Schiavoni é um grande calçadão que fica à beira da Lagoa de Veneza. Ele inicia-se no Palácio Ducal e termina nos jardins da Bienal.

Além das vistas incríveis da orla da ilha, o calçadão é recheado de bares, hotéis em antigos palácios (inclusive o Hotel Danieli, que está entre um dos hotéis mais luxuosos de Veneza e já serviu de cenário para o filme “O Turista”). Além disso, também conta com várias barraquinhas de artesanato e souvenirs.

Estátua de bronze de Vittorio Emmanuele II no calçadão Riva degli Schiavoni

É através deste calçadão onde você poderá curtir as vistas mais incríveis das gôndolas ancoradas ao longo da laguna, e ao fundo é possível ver a Ilha de São Jorge Maior, uma bela paisagem que rende boas fotos.

Gôndolas ancoradas e ao fundo a Ilha de São Jorge Maior

6. Admirar a Ponte dos Suspiros

Coladinho com o Palácio Ducal fica uma das pontes mais importantes e admiradas de Veneza, é a Ponte dos Suspiros, também conhecida em italiano como Ponte dei Sospiri.

A Ponte dos Suspiros liga o Palácio Ducal a uma antiga prisão, que na época da República de Veneza era usada como passagem para levar os prisioneiros julgados no Palácio Ducal para as celas da prisão.

O nome “Ponte dos Suspiros”, que parece romântico, foi inspirado pela ideia de que na época, quando uma pessoa era condenada no Palácio Ducal, uma vez na prisão, ninguém mais sairia com vida de lá. Por isso a ponte mais admirada de Veneza tem uma história triste já que através das janelinhas da ponte os presos poderiam ver pela última vez o mundo exterior.

O que fazer em Veneza - Ponte dos Suspiros

É possível ver a linda ponte por três meios, através do passeio de gôndola, a partir da Ponte dela Canonica e da Ponte dela Paglia (que fica ao lado do Palácio Ducal).

Importante: para conhecer o interior da Ponte dos Suspiros, isso só possível se reservar uma visita ao Palácio Ducal.

7. Atravessar a Ponte Rialto

Atravesse e fotografe a ponte de arco mais famosa e antiga de Veneza, a Ponte Rialto, que durante anos foi a única ponte que conectava os dois lados do Grande Canal, ligando os bairros de São Marcos e São Polo

Construída entre 1588 e 1591, a Ponte Rialto segue o mesmo design das pontes antecessoras a ela, que tinham outro nome e eram de madeira.

As pontes anteriores eram mais frágeis e por isso já caíram duas vezes e já teve até um incêndio. Em um destes incidentes, a ponte caiu pelo fato de estar lotada de gente. Por este motivo, a nova Ponte Rialto foi construída com rochas para suportar o número de pessoas que passa por ela todos os dias.

Além de fotografar, a vista da Ponte Rialto para o Grande Canal é uma boa pedida para você curtir o vai e vem de barcos aquáticos que passam pelo canal.

O que fazer em Veneza - Ponte Rialto
Ponte Rialto

8. Mercado Rialto

Coladinho com a Ponte Rialto, do lado de São Polo, encontra-se o mercado mais famoso e tradicional de Veneza, o Mercado Rialto, que no passado já foi um dos maiores centros de compras da Europa.

Hoje o mercado é divido em duas partes, mercado de peixe e mercado de fruta e verdura.

O mercado de peixe funciona de terça a sábado das 7:30 às 12:00 e o mercado de frutas e legumes abre das 7:30 às 13:30.

9. Conhecer as ilhas Burano e Murano

Um dos bate e voltas mais procurados em Veneza é o passeio de um dia até as ilhas Burano e Murano, que também fazem parte da Comuna de Veneza. Além delas, se sobrar tempo, também pode incluir no mesmo dia outra ilha, Torcello.

Burano – foto divulgação (Pixabay)

É possível chegar nas ilhas por meio de Vaporetto (o mais barato), de táxis aquáticos (mais caro) ou de excursão. Infelizmente, com apenas 2 dias em Veneza, o tempo foi curto e por isso não tive a chance de conhecer as ilhotas.

  • Burano: essa é a ilha famosa pelas suas casinhas coloridas.
  • Murano: é a ilha conhecida pela sua produção de vidros.

Veja aqui ingressos para passeios e excursões em Veneza

10. Ir até a Ilha de San Giorgio Maggiore

A Ilha de San Giorgio Maggiore fica a um pulo de Veneza, em torno de 7 minutinhos de vaporetto. Apesar de não ter muitos atrativos e ser bem pequena, vale a pena conhecê-la para ter uma vista de outro ângulo de Veneza e Praça de São Marcos.

Da Praça de São Marcos você consegue avistar a ilha de longe, que por sinal, fica ainda mais fotogênica com as gôndolas que compõem a paisagem em primeiro plano.

Na Ilha de San Giorgio Maggiore encontra-se a igreja de mesmo nome (Basílica de São Jorge Maior), que assim como a Basílica de São Marcos, também tem uma torre do sino.

O que fazer em Veneza - Ilha de São Jorge Maior
Olha só a pose do gondoleiro, todo estiloso. Ao fundo a Ilha de São Jorge Maior vista da Ilha de Veneza

11. Explorar o bairro Dorsoduro

Dorsoduro é um dos bairros mais charmosos e boêmios de Veneza. É neste bairro onde encontram-se as duas galerias de artes mais importantes de Veneza, a Galeria da Academia e a Coleção Peggy Gugghenheim.

Além dos museus de artes, o bairro também abriga outros atrativos como a bela Ponte da Academia, que é uma das pontes que atravessa o Grande Canal e de onde se tem uma das vistas mais belas de Veneza (fica a dica para ir durante o pôr do sol). A Basílica de Santa Maria da Saúde é outra atração imperdível para quem curte igrejas.

Igrejas, museus e pontes são apenas algumas sugestões, se quiser se aventurar ainda mais pelo bairro, inclua uma visita ao Campo Santa Margherita al Grande, uma das praças mais animadas de Veneza e se sobrar tempo, confira o Palácio Ca’Rezzonico, que está entre um dos mais bonitos da cidade.

Basílica de Santa Maria da Saúde em Dorsoduro

12. Conhecer o Gueto Judeu no bairro Cannaregio

Cannaregio é o bairro mais residencial de Veneza, no entanto, é menosprezado pelos turistas que acabam não o incluindo no roteiro. Uns dizem que é feio, mas discordo, fiquei encantada com o colorido das casinhas do bairro e como é menos turístico, os preços das lojas e restaurantes são bem mais em conta.

Para chegar até Cannaregio é muito fácil, da Estação Santa Lucia, é só sair à esquerda e seguir direto. Se ficar na dúvida, siga as placas que indicam Gueto Judeu.

Das atrações do bairro destacam-se o Gueto Judeu, que foi o primeiro gueto hebraico do mundo, portanto, o mais antigo. Outra atração pouco conhecida é o Campo dei Mori (uma pracinha), onde encontram-se algumas estátuas bem diferentonas.

Nos dias de hoje, visitar o gueto judeu é uma forma de você aprender sobre a cultura e história deste povo que tanto sofreu no passado. Além disso, lá encontra-se algumas sinagogas, padarias, restaurantes judeus e um museu. Fica a dica de um lugar bacana para saborear pratos típicos da culinária judaica.

 

13. Basílica di Santa Maria della Salute

Do outro lado do Grande Canal, no bairro Dorsoduro, encontra-se a belíssima Basílica de Santa Maria da Saúde. A igreja em estilo barroco tem como destaque sua linda cúpula que pode ser vista de longe, além da sua importância histórica para a população de Veneza e do país.

O templo começou a ser construído em 1631, e naquela época a Itália vinha sofrendo com a temida peste negra, que acabou deixando milhares de mortos pelo país. Com o desespero, o doge Nicolò Contarini fez uma promessa à Nossa Senhora da Saúde, pedindo a ela que livrasse a cidade da peste. Em resumo, para cumprir a promessa, a Basílica de Santa Maria foi erguida como forma de agradecimento a Santa Maria.  

Além da linda cúpula, o que chama atenção da Basílica é seu lindo interior, que abriga obras do pintor italiano Ticiano Vecellio e o quadro “Bodas de Cana” de Tintoretto.

Basílica de Santa Maria da Saúde – créditos da foto (Pixabay)

14. Passeio de Gôndola ou Vaporetto

O passeio mais clichê de Veneza custa caro se o orçamento estiver apertado, mas se quiser vivenciar a cidade por completo o classifico como “imperdível”. Para mim foi dispensado, afinal, com 80 euros eu compro uma passagem aérea para viajar para outro destino na Europa

Uns amam o passeio de gôndola, outros odeiam e não recomendam, então para não se arrepender depois, sou sempre da posição que tem certas experiências que precisam ser vividas antes de serem criticadas.

Os passeios de gôndolas são tabelados e custam 80 euros por pessoa. O passeio dura 30 minutos e a gôndola suporta até 6 pessoas. E se optar pelo passeio à noite, o custo é de 100 euros.

Apesar de não ser tão romântico como o passeio de gôndola, uma opção mais em conta para ver Veneza de um outro ângulo é o passeio clássico de Vaporetto. Passar por debaixo das pontes é uma experiência única para ter na cidade dos canais. Além disso, é a chance de você conhecer outros lugares que talvez não consiga ver se estiver a pé.

 

15. Visitar os museus de Veneza

Para quem curte este tipo de passeio, confira um breve resumo dos principais museus de Veneza:

  • Coleção Peggy Guggenheim: o museu abriga a coleção de obras de arte da socialite Peggy, que se mudou para Veneza em 1948. O antigo palácio onde hoje abriga o museu foi o lar doce lar de Peggy durante anos. Além do acervo que concentra obras cubistas, expressionistas, futuristas e surrealistas de artistas como Miró, Dalí, Picasso, entre outros, outro destaque é que o palácio fica de frente para o Grande Canal.
  • Museu Correr: localizado na Praça de São Marcos, junto com o Palácio Ducal, este é o museu mais importante de Veneza. Ele abriga obras da história e evolução de Veneza como mobiliário, instrumentos navais, antigos mapas da cidade, pintura veneziana dos anos 1500 e muito mais. Adquirindo o ingresso, além do Museu Correr, com o mesmo bilhete você também terá acesso para o Museu Arqueológico e a Biblioteca Nacional Marciana.
  • Galeria da Academia (em italiano: Galleria dell’Academia): classificado entre um dos melhores museus da Itália. Aprecie a arte no principal museu de Veneza, que abriga um riquíssimo acervo com as obras venezianas mais importantes do período Bizantino e Gótico até o século 18. As obras são de influentes artistas da antiguidade como Tiziano, Bellini, Bellote, Tintoretto, entre outros.

Ingressos fura-fila e passeios em Veneza

É possível reservar seu ingresso online e evitar as filas nas bilheterias. O site Get Your Guide é parceiro do blog e oferece uma variedade de ingressos, tours e passeios em Veneza como: ingresso para a Coleção Peggy Guggenheim, visita guiada no Teatro La Fenice, passeios gastronômicos e muito mais. Comprando pelo site é uma forma de contribuir com o blog 🙂


Museu Leonardo da Vinci

16. Tirar foto na escada de enciclopédias da Livraria Acqua Alta

O fenômeno acqua alta inspirou a decoração de uma das livrarias mais belas do mundo, a Libreria Acqua Alta, que fica localizada em Castello, não muito longe da Praça de São Marcos.

E mesmo para aqueles que não curtem livros, não menospreze este passeio gratuito. A livraria é bem diferentona e tem como destaque sua decoração pra lá de exótica, ao invés das convencionais prateleiras de livros, lá os livros são guardados em gôndolas e banheiras. O motivo? Quando Veneza for invadida pela maré alta, os livros flutuam nos barquinhos. Interessante não é?

LEIA MAIS:
Livraria Acqua Alta – a livraria em Veneza que tem enciclopédias e gôndolas como parte da decoração

17. Ver Veneza do alto

Se o tempo estiver bom, algo que curto muito quando conheço uma cidade é brincar de achar os pontos turísticos do alto. Admirar os lugares das alturas está sempre no meu roteiro, mas em Veneza acabei não subindo em nenhum mirante. O que é uma pena, pois o que não faltam são lugares com vistas incríveis para apreciar a ilha e arredores do alto como:

Veneza vista do alto na Torre do Campanário da Basílica de São Jorge Maior – Marie Lan Nguyen (Flick)

18. Ver o pôr do sol no Grande Canal

Ver o sol se pondo no Grande Canal é uma experiência para guardar na memória, como é lindo ver o céu mudando de cor com o contraste do canal ao fundo. Para ter este registro, vá até uma das pontes do Grande Canal como a Ponte da Academia (um dos melhores locais) e espere o grande momento.

Eu vi o pôr do sol na Ponte dos Descalços e veja que vista linda ⇓

O que fazer em Veneza - pôr do sol
Pôr do sol em Veneza – Grande Canal

19. Perde-se pelo labirinto de ruas

O melhor de Veneza é perde-se sem rumo pelo labirinto de ruas e canais. Sério, é uma experiência incrível e a dica é não se desesperar ao ver que já passou mais de uma vez pelo mesmo lugar.

Ao caminhar pelas ruas você vai desbravando os pequenos becos, vai ter a chance de encontrar as pequenas pontes e ver detalhes que talvez passariam despercebidos se estivesse distraído com um mapa na mão. Eu mesma encontrei os lugares mais fotogênicos de Veneza deste jeito, usei o mapa no celular só para achar alguns pontos específicos.

E falando em mapas, pelo menos comigo o google maps não funcionou muito bem, ficou sem sinal em alguns momentos e as vezes me mandava para o mesmo lugar.

A dica é, caso veja que está muito perdidão, fique atento as placas que direcionam para a Ponte Rialto e Praça São Marcos, elas estão por quase todas as partes em Veneza.

 

20. Fotografar as pontes e canais

Para os amantes de fotografia, já adianto, Veneza é uma das cidades mais fotogênicas para quem ama brincar de fotógrafo (euu).

Veneza é recheada de detalhes que rendem fotos lindíssimas dignas de um quadro de parede. Seja um detalhe na porta, uma ponte charmosa, fotos na frente das belas portas e fachadas coloridas, etc.

 

21. Entrar nas lojinhas

Veneza é recheada de lojinhas interessantes para a distração do turista. O que mais se ver por lá são as lojas de máscaras de carnaval. Para quem gosta, é preciso ter disciplina para não acabar perdendo muito tempo da viagem entrando em todas as lojas que ver.

Importante: as lojas que ficam ao redor da Praça de São Marcos são bem mais caras. Evite comprar nessa área mais turística.

Sugestão de roteiro em Veneza para 1, 2 ou 3 dias

Se você chegou até essa parte do post, provavelmente já listou os passeios que mais lhe interessou, já viu que tem coisa pra caramba para conhecer em Veneza e dizer que 1 dia é suficiente é pura ilusão.

No geral, sou muito flexiva quando o assunto é roteiro. Então a dica é não se prender com o itinerário. Se sobrar tempo de conhecer tudo, opa, beleza, senão, fica para a próxima visita. Ou seja, o legal é descobrir a cidade sem ficar pontuando o que é obrigatório ou não.

Dia 1:  

Se possível, acorde cedo para aproveitar ao máximo o primeiro dia em Veneza. A dica é começar pela Ponte Rialto e depois seguir caminhando até a Praça de São Marcos. Explore as atrações da praça como a Basílica, o Palácio Ducal e se quiser, suba na Torre do Campanário para ver Veneza do alto. Depois siga até a Ponte dos Suspiros.

Para finalizar o dia com chave de ouro, outras opções são: pegar um vaporetto e ir até a Ilha San Giorgio Maggio ou fazer um passeio de gôndola. E a noite a dica é caminhar pelo centro e voltar a Praça de São Marcos para vê-la toda iluminada.

Dia 2:

Explore o charmoso bairro Dorsoduro pela manhã. Algumas sugestões de passeios: a Coleção Peggy Guggenheim, a Galeria da Academia e a Basílica de Santa Maria. Na parte da tarde, se sobrar disposição, siga a pé até Canareggio (ou pegue um vaporetto) e desbrave o bairro onde fica o Gueto Judeu.

Dia 3:

Bate e volta para as ilhas Burano e Murano. 

Onde comer em Veneza

Já disse que comer em Veneza é caro? Pois é, se você estiver viajando no estilo mochileiro (meu caso), além de ser caro, na Itália muitos restaurantes e cafés cobram uma taxa apenas para você ter uma mesa. Ou seja, sentou, pagou pelo serviço.

Através de ótimas avaliações que vi no Instagram, peguei a dica do Dal Moro´s Fresh Pasta To Go, que é um restaurante que prepara massas para viagem no estilo “to go”. O restaurante é bem avaliado e apesar de pequeno, o bacana é que a gente ver de pertinho as massas sendo preparadas. E destaque, os funcionários são mega simpáticos.

Pasta pesto e pasta negra da Dal Moro´s

O Dal Moro´s fica no bairro Castello, perto da Praça de São Marcos. Como o restaurante é bem procurado, é possível ter filas de espera. No dia que eu fui tive que esperar em torno de 10 minutos e digo que a espera valeu a pena, que delícia de pasta. Peguei uma massa com pesto e minha amiga optou pela exótica pasta negra (espaguete com tinta de lula). Os preços são bem camaradas (em torno de 7 euros), e as pastas são servidas em caixinhas.

Vale ressaltar que o Dal Moro´s é um restaurante composto apenas de um balcão, ou seja, não tem mesa nem cadeira para sentar. O jeito é comer ao ar livre 😉

  • Endereço: Calle de la Casseleria, 5324, Veneza – CEP: 30122
  • Horário: de segunda a domingo das 12:00 às 20:30

E se curte sorvetes, a boa pedida em Veneza é experimentar os deliciosos gelatos da Suso Gelatoteca. Como fui no inverno e estava frio pra caramba, acabei não me animando. Mas fica a dica mesmo assim.

Onde ficar em Veneza

Escolher um hotel em Veneza exige atenção, afinal, estamos falando de uma das cidades mais caras da Itália. Além disso, na questão locomoção, é um verdadeiro labirinto em meio a canais e escadas por quase todos os lados. Dito isso, é importante ter em mente que a localização do hotel faz toda a diferença já que o acesso aos hotéis pode ser um desafio se estiver viajando com muitas malas.

Para entender um pouco da geografia de Veneza, fiz um guia bem detalhado com dicas de hotéis e melhores regiões para se hospedar na cidade. Neste post você também vai encontrar um breve resumo de cada bairro de Veneza.

Leia também: Onde ficar em Veneza gastando pouco: melhores regiões e hotéis

Onde eu me hospedei: como viajei em pleno feriado, na véspera do Ano Novo, os preços estavam abusivos na Ilha de Veneza, por isso optei em me hospedar em Mestre, que não fica propriamente em Veneza, mas no continente. O hotel escolhido foi o AO Hotel Venezia Mestre, que só tenho elogios (super recomendo).

Informações úteis

  • janeiro é o mês mais frio;
  • julho é o mês mais tumultuado em Veneza, lotadooo de turistas. Como é alta temporada na Europa, é o mês mais caro para visitar a cidade;
  • quer viajar para Veneza sem sair de casa? A dica é assistir o filme “O Turista”, com Angelina Jolie e Jony Deep. O filme se passa em Veneza e mostra vários pontos turísticos da cidade.

Já contratou seu seguro viagem?

O seguro viagem é obrigatório nos países da Europa que fazem parte do Tratado Schengen. Para contratar o melhor seguro, eu uso e recomendo a Seguros Promo, site que compara os preços e coberturas das principais seguradoras do mundo. Clique aqui e faça sua cotação online. Encontre os melhores preços e pague em até 12 vezes no cartão de crédito. E os leitores do blog ganham 5% de desconto usando o código TURISTANASNUVENS

O que acharam? Veneza não é um encanto?

Abraços
Josiane Bravo

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12 comentários

Cristina Ferreira Rocha 19 de março de 2019 - 15:19

Veneza é mesmo uma cidade linda e romântica! Fui há 10 anos atrás, mas infelizmente fiquei apenas 1 dia e não pude conhecer as ilhas ao redor. Preciso voltar um dia e lembrarei das diversas atrações que você mostrou por aqui. Obrigada por compartilhar! Abraços

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Josiane Bravo 31 de março de 2019 - 20:35

Olá Cristina, muito obrigada 🙂 Eu fui já tem 1 ano e não vejo a hora de voltar. Acho que a vontade aumentou ainda mais depois que escrevi e editei as fotos deste post.
Abraços

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Lulu Freitas 20 de março de 2019 - 10:26

Veneza é uma das cidades que mais gostei de conhecer. Simplesmente apaixonante!!! Um dos programas mais legais foi subir na torre do Campanário. Achei a vista linda! Eu também não fiz o passeio de gôndola… rsrs

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Josiane Bravo 31 de março de 2019 - 20:32

Oi Luciana tudo bom 🙂 Por mim eu subiria em todos os mirantes hehe, adoro ver os lugares do alto. O passeio de gôndola eu não fiz, mas se voltar com o namorado quero ter essa experiência para dizer depois se vale a pena ou não.
Abraços

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Analuiza Carvalho 20 de março de 2019 - 15:31

Veneza continua sendo, tantos anos depois que a visitei, uma das cidades mais impressionantes que já pus os pés. Fiquei apenas 4 dias por lá e a cada momento me apaixonava mais e mais pela cidade dos anjos caindo! Fiz quase tudo o que você recomenda neste roteiro. Não tudo porque em muitos momentos eu não conseguia evitar de parar num canto qualquer e me deixar levar de amores por esta cidade.

Uma lástima: não ter tirado foto na livraria, pois as amo. Um NÃO arrependimento: não ter andado de gôndola. O tipo de passeio que não me atrai em absolutamente nada; passeios de barcos, ônibus e afins não são minha praia.

Queria muito um dia ver Veneza de novo! 🙂

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Josiane Bravo 31 de março de 2019 - 20:30

Oi Analuiza tudo bom 🙂 Que pena que não conseguiu visitar a livraria, mas fica um motivo para voltar né. E como você também não me arrependo de não fazer o passeio de gôndola, não que eu não goste, curto muito passeios de barcos, mas achei caro demais.
E é fácil passar o dia apenas andando e admirando os detalhes de Veneza.
Abraços

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Michele da Costa 20 de março de 2019 - 20:43

Que lindo! Fiquei encantada, Josi, com as imagens desses lugares encantadores e suas ótimas dicas! Bjs

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Josiane Bravo 31 de março de 2019 - 20:27

Muito obrigada Michele 🙂 Veneza é tão fotogênica que mesmo com tempo ruim as imagens ficam ótimas.
Abraços

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Roberta Bortoleto 28 de janeiro de 2021 - 09:22

Nossa, que delícia ler este artigo. Eu me senti em Veneza. Enquanto a pandemia não passa, eu fico viajando pela internet mesmo…kkk..obrigada por me levar até Veneza

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Josiane Bravo 2 de fevereiro de 2021 - 13:09

Oi Roberta tudo bom? Haha, que bom saber que a pandemia não estar atrapalhando a vontade de continuar viajando 🙂 Viajar pela internet é o que temos para hoje né rs. E fico feliz que pude colaborar com essa viagem virtual 🙂
P.S: torcendo para que quando essa pandemia acabar você possa conhecer essa cidade linda pessoalmente.
Grande abraço

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Jonas Tavares 28 de janeiro de 2021 - 12:36

Eu estivesse na Croa do Gore um lugar maravilhoso.

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ray 22 de junho de 2022 - 21:40

Me senti em veneza lendo este post, obrigada pelas dicas!

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