Em Buenos Aires, no luxuoso bairro da Recoleta se encontra um dos pontos turísticos mais famosos e visitados da cidade, o Cemitério da Recoleta.
Você deve está se perguntando, como assim, o que eu vou fazer em um cemitério. Vamos lá, vou te convencer 😉
Por que visitar o Cemitério da Recoleta:
Considerado um museu a céu aberto, o Cemitério da Recoleta ganhou fama devido ao luxo das lápides e dos diversos estilos arquitetônicos dos túmulos. Um cemitério para lá de atraente e cheio de história e várias lendas para você aprender. Eu fiquei 1 hora passeando por lá, e só não fiquei mais tempo porque estava sozinha e confesso que tive um pouco de medo de caminhar pelas ruelas mais afastadas e com menos turistas ao redor.
O cemitério foi construído em 1822, e nele descansam as principais figuras da história do país como presidentes, cientistas, escritores, lideres políticos, dois vencedores do Prêmio Nobel e vários artistas e atletas. Com tanta celebridade descansando por lá, o cemitério até virou um símbolo de status e poder econômico do século 19, pois as famílias pareciam disputar o título de quem tinha o jazido mais bonito.
Leia também: 10 passeios incríveis para fazer na Recoleta
As abóbadas são na maior parte das famílias aristocráticas do país, e muitas delas são obras de importantes arquitetos e artistas internacionais. Os mausoléus são na maioria enfeitados com mármore e esculturas, como anjos e virgens. Quer mais? Existem mais de 70 sepulturas no cemitério que foram declaradas Patrimônio Histórico Nacional.
O túmulo mais visitado do cemitério é o de uma das mulheres mais importantes e poderosas da Argentina, o de Eva Duarte Perón, também conhecida como Evita, que foi a primeira mulher de Juan Domingo (presidente da Argentina na época).
O túmulo de Evita não está entre um dos mais bonitos, aliás, é bem simples e até mesmo difícil de encontrar ele no meio de tantos outros que ficam com mais destaque. Seu túmulo, apesar de simples, está sempre rodeado de flores novas todos os dias.
Uma curiosidade sobre o túmulo de Evita é que ela já rodou o mundo antes de ser sepultada no Cemitério da Recoleta. Para ser mais clara, seu corpo já foi embalsamado e exposto à visitação pública, foi roubado e levado para a Europa devido a questões políticas da época, e depois de quase duas décadas, finalmente pode retornar a Argentina em 1976, onde se encontra sepultada no jazido da família Duarte.
Outras histórias do Cemitério da Recoleta
Além da história de pessoas famosas, o cemitério da Recoleta também está cheio de curiosidades sobre pessoas que antes eram desconhecidas, mas que ficaram famosas depois de bater as botas. Algumas histórias são apenas lendas, outras de fato aconteceram. Apenas uma pitadinha das histórias que mais me chamaram a atenção, 3 no total.
1. Liliane Crociati
Liliane foi uma jovem que morreu durante uma viagem de Lua de Mel na Áustria, onde uma avalanche atingiu seu quarto de hotel no qual estava hospedada, matando-a na mesma hora. O curioso é que no mesmo dia, do outro lado, lá em Buenos Aires, seu cachorro e fiel amigo Sabú também falecia. Seu pai então decidiu fazer um mausoléu no estilo gótico com uma escultura dela e seu cachorro.
Para mim, o túmulo de Lilian foi o mais bonito, pois tenho uma paixão por cachorros. Seu túmulo também está na listinha dos mais visitados do cemitério.
2. Rufina Cambaceres
Outra história para lá de “cabeluda” e uma das mais comoventes para mim é a da jovem Rufina Cambaceres, que morreu com apenas 19 anos. A moça caiu dura na rua e segundo a opinião de um médico, ela estava morta, e assim Rufina foi enterrada no dia seguinte. Mas depois veio a parte mais triste da história, alguns funcionários do cemitério perceberam que seu caixão estava quebrado e resolveram abri-lo.
Ao abrir o caixão, a grande surpresa, o corpo de Rufina estava virado de lado e foram encontradas várias marcas de unhas no caixão. A explicação da qual alegaram foi de que a jovem sofria de catalepsia. Desde então, Rufina Cambaceres é conhecida como a garota que morreu duas vezes.
3. Elisa Brown
Outra história muito triste é a da jovem Elisa Brown, filha do famoso Almirante Brown. A história da sua morte é pra lá de romântica, mas com um final triste. Depois da morte de seu noivo que lutava na guerra, Elisa, inconformada e triste com o fato de ter que viver sem o seu amor, decide se jogar no Rio da Plata com o vestido de noiva que havia sido encomendado para seu casamento.
Infelizmente, a jovem morreu afogada. Hoje, seus restos mortais estão expostos numa caixa de bronze, feita com um dos canhões das embarcações onde seu noivo lutou. Seu túmulo é bem visível, pois se trata de um monumento verde que fica em uma esquina do cemitério.
Ficou curioso, tem outras histórias para você conhecer, eu indico esse POST do blog Aires Buenos, tem um vídeo bem legal que conta e mostra os túmulos das histórias que eu mencionei aqui. Vale a pena conferir.
Outras informações úteis
O Cemitério da Recoleta é enorme, então uma dica, recomendo que ao chegar na entrada do cemitério, você adquira um mapinha explicativo completo, que mostra as localizações dos túmulos mais famosos. Não lembro exatamente o valor, mas acho que o custo do mapinha foi em torno de 4 reais.
O cemitério está aberto todos os dias das 7h às 17:30. A visita é de graça, e caso você tenha interesse, também é possível fazer uma visita guiada.
Endereço: Junín 1760-Recoleta
Site oficial do cemitério: www.cementeriorecoleta.com.ar
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17 comentários
Muy buen post. felicitaciones
Gracias 🙂 Feliz que gostou
Que lindo esse cemitério! Realmente não é um passeio que todo mundo curta, mas eu adoro, como disse é como um museu a ceu aberto. Fiquei arrepiada com as historias que escreveu, principalmente essa da menina enterrada viva, no caso… E adorei também o tumulo com o cachorro.
Quando for pra Buenos Aires vou querer dar uma passadinha lá também 🙂
Olá, muito obrigada pela visita 🙂 Haha, são muitas histórias “cabeludas”, e o curioso é que elas de fato aconteceram. O túmulo do cachorro eu confesso que achei uma graça, estilo meio gótico, mas eu gostei rs 😉
Abraços
Esse cemitério consegue ser realmente chamativo, e não só por conta da Evita, mas pelo conjunto da obra, quando o visitei várias tumbas estavam abertas e dava pra ver os caixões, parece que ele foi reformado recentemente, mas lembro-me bem da arquitetura do lugar.
e essas estórias são de deixar qualquer um com medo de dormir à noite.
Oi Flávia, muito obrigada pela visita. Visitei esse cemitério recentemente, e pelo que pude perceber, ele até que está bem conservado. Não vi nenhuma tumba aberta rs.
As estórias são de arrepiar não é?
Abraços
[…] Passeio diferente em Buenos Aires: o Cemitério da Recoleta […]
visitei o cemitério da Recoleta mas só hoje, a partir do seu post, conheci essas histórias 🙂 obrigado por partilhar! PedroL
Por nada, eu que agradeço pela vista. Essas histórias são incríveis não é, e o que me chamou a atenção é que de fato elas aconteceram.
Um grande abraço
é verdade 🙂 recordo.me de visitar o cemitério e desejar saber mais sobre certas estatuas porque eram impressionantes, mas na altura não fiz nenhum tour 🙂 boa semana! PedroL
Muito obrigada, uma ótima semana para ti também 🙂
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Olá! Tudo bem? Gostei muito do seu post e linkei ele no meu Blog se você não se importar!
Beijos e parabéns.
Olá tudo bom. Muito obrigada por mencionar o post no seu blog, claro que pode, agradecida 🙂
Abraços