Experiência internacional no seu currículo, baixo custo benefício, VIAJAR MUITO, aprimorar um novo idioma. Quer ter tudo isso? Já sabe o que é Au Pair?
Só para vocês entenderem, eu tenho um amor platônico pelo programa Au Pair, mas hoje o que restou são saudades dessa aventura. Só sobravam as lembranças, as boas amizades que fiz que vão durar pra sempre, as fotos de viagens. Enfim, gostei tanto que fui au pair em dois países, nos Estados Unidos e na Holanda. Só não fui mais porque depois dos 30 já não é mais possível.
Também quero ser Au Pair, mas nem sei o que é e nem por onde começar. Então se liga neste post que aqui encontrará informações relevantes sobre o programa e respostas para as dúvidas mais frequentes que costumo receber.
O que é Au Pair?
Au Pair é um intercâmbio cultural e remunerado no qual a(o) participante terá a oportunidade única de morar em um outro país pelo período de 1 ano. Este programa de baixo custo benefício envolve trabalho com crianças e estudos. Ou seja, a futura(o) irá morar na casa de uma família anfitriã (em inglês, host family) e como troca cuidará das crianças dessa família.
Em outras palavras, au pair é tipo um nome chique para babá. A diferença aqui é que uma au pair tem que ser tratada como parte da família, ou seja, é como se fosse a irmã mais velha. Sendo assim, vale destacar que uma au pair NÃO É EMPREGADA DOMÉSTICA.
Resumindo, além da vivência no exterior, este intercâmbio é ideal para quem pretende aprimorar um novo idioma (por exemplo inglês), conhecer uma nova cultura, viajar no tempo livre e fazer um curso de sua escolha. Além disso, ainda conta com um salário que pode chegar até 800 dólares dependendo do país de escolha. Ou seja, intercâmbio barato e ainda é remunerado = ideal para quem sonha em morar fora sem ter que gastar uma fortuna.
Em quais países posso ser Au Pair?
O programa de intercâmbio Au Pair existe em vários países do mundo, sendo os Estados Unidos um dos lugares mais populares e que oferece até um visto específico para isso (o J1). Já na Europa, são vários como Noruega, Itália, Bélgica, Holanda, Alemanha, Luxemburgo, França, etc.
Importante: existe muitos países na Europa onde o au pair NÃO É REGULAMENTADO para brasileiras(o) como Espanha, Inglaterra, Itália entre outros..
Aqui vale ressaltar que nos países onde o programa de au pair não é regularizado, o número de abusos por parte das famílias é maior. Há casos onde as au pairs são obrigadas a trabalhar mais que 10 horas por dia. Como as famílias sabem que não existe uma regulamentação, acabam abusando.
Sendo assim, é de grande importância que saiba sobre a regulamentação do programa no país que pretende ir. Uma vez sendo regularizado, cada país impõe suas regras como salário, idade, horas de trabalho e o principal, os DIREITOS da AU PAIR.
Resumindo: quem é au pair em um país legalizado, vai ter um visto de longa duração e em caso de algo grave acontecer, tem seus direitos de trabalho reconhecidos pelo país, diferente dos países onde não é, pois não há uma legislação que dá direito a proteção das au pairs.
Aqui vale destacar que para ser au pair em alguns países é preciso o intermédio de uma agência, que será responsável pela parte mais burocrática (visto, contato com as famílias, papeladas, etc).
Muitas agências só aceitam meninas solteiras e sem filhos e como requisito, também pedem que comprove experiência com crianças. O número de horas varia de país para país, mas no geral, é algo em torno de 200-300 horas. Além disso, é preciso ter o Ensino Médio completo
Importante: homens são aceitos em alguns países (como Estados Unidos), mas não são todas as agências que aceitam. Sendo assim, como são poucas as opções de onde se inscrever para o programa e no geral muitas famílias preferem meninas, os garotos acabam tendo mais dificuldade para encontrar uma host family.
Já em alguns países como Estados Unidos, é necessário ter carteira de motorista como um dos requisitos para ser au pair.
Quanto custa para ser Au Pair?
Isso vai depender de vários fatores como: localização de onde mora no Brasil (uma vez que é preciso gastar com locomoção para ir até o consulado para tirar o visto), documentos (dependendo do país é preciso fazer traduções da certidão de nascimento), visto, exames médicos (tem agências e países que exigem certos exames), taxa de inscrição da agência (isso varia), entre outros gastos.
De um modo geral, os gastos variam entre 3000-7000 reais.
LEIA TAMBÉM: Quanto custa o intercâmbio Au Pair nos Estados Unidos
É necessário ter experiência com crianças para ser Au Pair?
Sim, uma vez que será responsável pela segurança e cuidados de uma criança (ou mais) de uma família que não é a sua, este é um dos requisitos para ser Au Pair. Na maior parte do tempo, a futura Au Pair ficará sozinha com as crianças e portanto, se qualquer coisa acontece com elas, é você quem será responsável.
Mesmo que possa ser muita coisa, acho importante ter pelo menos uma base de como é cuidar de crianças e isso é possível através de voluntariado. Eu só tinha experiência como professora e queria ter uma noção de como era realmente os cuidados como (banho, alimentação, etc).
Para ganhar mais horas para comprovar, fui em uma creche da minha cidade e pedir para ser voluntária. Com essa experiência pude ver de pertinho o dia a dia dos pequenos. Sem contar que quanto mais experiência com crianças, melhor ainda para achar uma família.
A experiência com crianças pode ser comprovada através de:
- trabalho como babá no Brasil (filhos de amigos, conhecidos, etc);
- voluntariado em uma creche;
- se é professor e trabalha com crianças também pode usar as horas (foi meu caso);
- para quem faz algum trabalho na igreja com crianças, pode servir como experiência comprovada;
- trabalho com recreação ou em festas infantis;
- trabalho voluntário em ONGs ou escolas infantis.
Vale ressaltar que muitas agências não aceitam referências de parentes.
Como posso ser Au Pair?
Para países como Estados Unidos e Holanda é necessário o intermédio de uma agência para ser Au Pair. Ou seja, é preciso se inscrever em uma das agências que sejam reconhecidas pelo país de escolha. Por isso, já adianto que é bem importante que investigue a reputação da agência antes de inscrever, assim evita de cair em cilada.
Au Pair com ou sem agência?
Para países como Bélgica entre outros, não precisa ir com agência. Por isso, a dica é procurar famílias por conta própria (o site Au Pair World é um dos melhores e mais populares para encontrar famílias). Se for sortudo e achar uma família, depois de assinar o acordo de contrar, entra com o processo de visto.
Para os países que exigem agências, elas são responsáveis pela parte mais burocrática como o processo do visto. No geral, as agências exigem documentos para serem enviados, como se fosse seu dossiê de informações.
A etapa do processo para ser Au Pair também varia bastante de acordo com cada país. Uma vez que decida o país de escolha, procure informações sobre procedimentos e agências que trabalham com o programa. Só para vocês terem uma noção, basicamente o processo envolve:
- o preenchimentos dos documentos (application/dossiê);
- contato com as famílias;
- escolha da família (o match);
- aplicar para o visto;
- por último, o embarque.
Já para quem optar em ir sem o intermédio de uma agência, tudo será feito por sua conta como entrada no visto, entre outras burocrácias. Como disse, países como Holanda e EUA não há escapatória, você só vai se for por uma agência. Então não tem muita escolha. Já aqueles que não exigem, considere que terá um gasto a menos já que as taxas que as agências cobram podem ser bem altas dependendo do lugar que pretende ir.
Só leve em consideração que se qualquer coisa que te aconteça como se mandada pra fora da casa da host family ou ser maltratada, se tiver sem agência, não vai ter pra quem recorrer para pedir socorro. Este é um dos riscos de ir sem agência.
LEIA TAMBÉM: aqui no blog você vai encontrar o passo a passo para ser Au Pair nos Estados Unidos e Au Pair na Holanda (Países Baixos).
Quanto tempo de antecedência devo me inscrever?
O processo para ser Au Pair exige planejamento e tempo. Então, se você já sabe para onde quer ir e ainda está no limite de idade, não deixe para planejar em cima da hora. O ideal é começar o processo com uns 6 meses de antecedência da data que pretende embarcar.
A parte de procurar família pode demandar tempo, e ainda soma o processo de tirar o visto entre outras “cositas mas” que precisa fazer antes de embarcar. Além disso, tem que preparar toda a papelada exigida, e em alguns casos, é até preciso fazer exames médicos para ser aceita na agência. Sendo assim, o processo todo pode demorar entre 4-6 meses ou +.
Quantas horas por semana uma Au Pair pode trabalhar?
O número de horas de trabalho varia, tem países que exigem 45 horas (como Estados Unidos), outros 30 horas. Resumindo, varia entre 20-45 horas.
Quanto ganha uma Au Pair?
É outro fator que varia também, o salário de uma Au Pair.
Aqui vale ressaltar que nos Estados Unidos a Au Pair recebe um SALÁRIO, já em muitos países da Europa como Holanda, França e Alemanha nem chega a ser um salário e sim uma MESADA.
Confira essa lista com informações sobre requisitos de idade, salário e horas de trabalho nos países onde o Au Pair é mais popular.
PAÍS | IDADE | HORAS DE TRABALHO/SEMANAL | SALÁRIO/MENSAL |
Alemanha | 18 – 26 | 30 | 260 € |
Bélgica | 18 – 25 | 20 | 450 – 500 € |
Dinamarca | 18 – 29 | 30 | 4150 DKK |
Estados Unidos | 18 – 26 | 45 | 783 – 800 dólares |
Luxemburgo | 18 – 30 | 25 | 409,00 € |
França | 17 – 26 | 30 | 280 – 320 € |
Holanda (Países Baixos) | 18 – 30 | 30 | 300 – 340 € |
Noruega | 18 – 30 | 30 | 5200 NOK |
Suécia | 18 – 30 | 25 (máximo 40 h contando os estudos) | 3500 SEK |
Finlândia | 17 – 30 | 30 | 280 € |
Como podem ver na tabela, o salário e horas semanais de trabalho varia muito de país para país. Tem países como a Holanda, que a au pair pode receber entre 300 e máximo 340 euros por mês, já na Bélgica, tem famílias que chegam a pagar até 500 euros, o máximo permitido.
Nos Estados Unidos recebe-se por semana o valor de 195, 75 dólares, mas muitas famílias arredonda este valor para 200,00, o que rende um salário de 800 dólares por mês. Famílias mão aberta arredondam, as mão de vaca pagam contando cada centavinho.
Como é a rotina de uma Au Pair?
A principal função de uma Au Pair é cuidar das crianças da família. Quando você está fazendo as entrevistas com as famílias é o momento de falar sobre como será sua rotina e quais serão suas obrigações.
De um modo resumindo, no geral a rotina de uma Au Pair consiste nos serviços relacionados às crianças. Mas nem por isso fica apenas por conta disso, lavar louça e aspirar o chão também pode fazer parte do trabalho, ou seja, tarefas domésticas consideradas “leves”.
Outra coisa, a rotina e obrigações também varia de acordo com a idade das crianças. Nos três anos que fui Au Pair, basicamente seguir uma mesma rotina já que as idades das crianças que cuidava era quase a mesma nas 3 famílias (entre 4 e 8 anos).
Veja um resumão de como era minha rotina de Au Pair e algumas considerações. Só para ressaltar, no meu primeiro ano eu cuidei 1 menina de 4 anos e um boy chato de 8 anos, já no segundo cuidei de um casal de gêmeos que eram uns amores e bem-educados de 6 anos. Na Holanda, duas meninas fofas, uma de 4 e a outra de 6 anos.
E algo muito similar mesmo sendo países e cultura diferentes, as crianças faziam 1 ou 2 atividades extras depois da escola como natação ou balé.
Exemplo de rotina de uma Au Pair
- Preparar o café da manhã das crianças – drama nº 1 do dia. “Não quero comer isso”, “eca, não gosto”.
- Preparar a lancheira.
- Hora de se vestir – era um stress, pois vocês não imaginam o drama que as crianças fazem para escolher ou até mesmo vestir uma roupa. Como não se usa uniforme na Holanda nem nos Estados Unidos, eles podiam vestir o que quisessem. Dias de frio? Um terror, um frio de doer a orelha lá fora e a criaturinha querendo usar saia. Ô paciência.
- Levar as crianças na escola – drama nº 3. “Josi, espera um pouco porque quero fazer o number 2”, “esqueci algo no meu quarto, espera aí”. E nessa a gente já se descabelou com medo das crianças chegarem atrasadas na escola.
- Organizar o quarto das crianças.
- Enquanto as crianças estavam na escola, ficava livre para fazer o que quisesse. Como não tinha muito tempo para fazer a “laundry” na parte da tarde, fazia neste tempo que estava sem as kids.
- Fazer compras – 1x por semana ia no mercado para comprar coisas para mim e para as crianças.
- Buscar as crianças na escola.
- Brincar com as crianças ou leva-las para brincar em um parque. Tinha vezes que organizava “playdates”. Levar no parque era ótimo, o duro era fazer com que essas kids quisessem voltar para casa. “Ah, deixa eu brincar mais um pouquinho…”
- Não era todos os dias, mas 1 ou 2x por semana tinha que levar as kids para uma atividade extras depois da escola.
- Hora do banho. Mais um momento dramático.
- Preparar a janta. No meu 1º ano os hosts que cozinhavam, já na Holanda meus hosts não jantavam em casa. Então eu era responsável pelo “cardápio”. Criança nº 1 ama isso, mas a nº 2 odeia. Como faz para agradar todo mundo?
É preciso falar inglês para ser Au Pair?
Para ser Au Pair nos Estados Unidos um dos requisitos é ter inglês intermediário. Já para os países da Europa, isso varia. De um modo geral, dependendo do país, é exigido o nível A1.
Já para a Holanda, como o inglês é o segundo idioma no país, um dos requisitos é ter o inglês intermediário ou nível A1 de holandês.
Como via de regra, alguns países exigem a comprovação de língua (através de uma prova ou entrevista com a agência).
VEJA TAMBÉM: 10 dicas para aprimorar seu inglês durante o intercâmbio (ou outro idioma)
É possível juntar dinheiro sendo Au Pair?
Sim e não, vai depender do que você pretende fazer com seu rico dinheirinho. Quer viajar ou comprar eletrônicos e roupas? Nos Estados Unidos eu gastei muito com roupas já que é barato e viajei nas férias e feriados prolongados.
O fato é, depende das suas prioridades. A minha era viajar o máximo possível, então gastei todo meu salário com as viagens e voltei sem um “tostão” para o Brasil. Não juntei nada, mas em contrapartida tive a chance de conhecer os lugares mais incríveis dos Estados Unidos e as cidades mais famosas da Europa.
Pros e contras de ser Au Pair
Só vi vantagens em ser Au Pair.
Vantagens:
- não precisa se preocupar com as despesas de casa (alimentação, etc);
- a oportunidade de viajar nas férias e no tempo livre;
- aprender ou aprimorar um novo idioma;
- experiência internacional no seu currículo;
- fazer novas amizades com pessoas de várias partes do mundo;
- baixo custo benefício;
- férias remuneradas;
- autoconhecimento.
LEIA TAMBÉM: 15 motivos para ser au pair: o intercâmbio mais barato do mundo
Contras:
Os contras, existe sim alguns pontos negativos, mas eles são tão pequenos quando comparados com os pros.
Mas uma coisa é certa, vai de mente aberta para passar PERRENGUES, cuidar de crianças dos outros como já citei não é fácil. Outra coisa que muitas au pairs reclamam é o fato de ter que morar com a host family, ou seja, com os PATRÕES. Conviver na mesma casa que seu chefe é diferente de morar com o papai e mamãe.
Para ilustrar, uma vez morando longe da nossa família, a saudades também pode nos abalar. Sem contar aquela sensação de não nos sentimos livres morando em uma casa que não é sua. Tipo, não há liberdade de ir na cozinha à noite usando pijama.
No seu tempo livre, também pode acontecer das crianças quererem brincar com você ou até mesmo de ir no seu quarto procurando atenção.
Outra coisa que aconteceu comigo algumas vezes. Quando estava em casa nos finais de semana e não tinha nada planejado para fazer adivinha só o que acontecia? “Josi, preciso ir ao mercado, você se importa de ficar com as crianças? Volto rapidinho”. Acontece que algo que seria rápido, demorava umas 2 horas.
Bom, estes contras são só exemplos de situações que podem acontecer, mas isso não é motivo para desistir do programa. Ser Au Pair é ter um jogo de cintura, com o tempo a gente aprende a dizer NÃO (“Josi, pode ficar com as crianças sábado à noite – NÃO, já tenho compromisso). Ou seja, um bom diálogo é essencial.
Dicas úteis para quem quer ser Au Pair
Quando a ideia de ser Au Pair surge, a primeira coisa que começamos a fazer é pesquisar sobre o intercâmbio. Isso é muito importante, pesquisar o máximo que puder. Mas nessas pesquisas a gente acaba vendo depoimentos negativos de au pairs que não tiveram uma boa experiência. Só digo uma coisa, não é porque X au pairs não gostaram que com você vai ser a mesma coisa.
Cada pessoa tem uma visão de mundo diferente e até mesmo o estilo de vida que tem no Brasil pode interferir na sua experiência. Digo isso porque conheci uma au pair que acabou ficando apenas 5 meses nos Estados Unidos. O motivo? Não se adaptou, pois segundo ela na casa onde morava no Brasil tinha empregada e estava sentindo falta do conforto da casa própria.
Au Pair Nutella x Au Pair Raiz
Au Pair Nutella tem o perfil de querer fazer drama de tudo e geralmente tem um estilo de vida considerado de “rica” no Brasil. Ser au pair, é ser babá, então para quem tem um padrão alto, não adianta querer chegar nos States e querer ter posição de “madame”, “aww, não gosto de lavar louça”, “no Brasil eu nunca cozinhei”. Pôr, se não sabe, APRENDE. Não adianta querer ser au pair com essas ideias frescurentas.
Já a Au Pair Raiz é mais mente aberta e não liga com essas frescurites de não querer guardar a louça porque a unha vai quebrar, de limpar seu próprio quarto, de lavar sua própria roupa e de cozinhar para si mesma. É uma pessoa mais adaptável.
Enfim, quero frisar que quando ouvir comentários negativos sobre o programa, avalie também os positivos. No geral, as au pairs que não se adaptam são por motivos de:
- homesick: sentir falta de casa e da família;
- não se adaptar com a cultura local;
- host family abusiva: pode acontecer, então por isso recomendo muito que antes de fechar o match, pedir o contato para a família da au pair atual e das anteriores. No geral, a maioria das famílias já tiveram au pairs. Então, acho válido um bate e papo para saber como foi a experiência delas com a family.
E o que é uma família abusiva?
São aquelas famílias que NÃO seguem as regras do programa, que exigem que as au pairs trabalhem mais que 10 horas por dia, faça serviços de casa como lavar banheiro etc.
Estes são os principais problemas, mas lembrando que uma vez que a Au Pair esteja em uma família abusiva, isso não quer dizer que ela tem que ficar aguentando humilhação. Neste momento, elas podem entrar em contanto com a agência e explicar a situação. Mas claro, há casos extremos de host families que até expulsam a Au Pair antes mesmo dela ter a chance de entrar em contato com a agência.
Ferrou! A família me maltrata e fui sem agência e agora? Nestes casos, não tem para onde pedir ajuda, se foi por conta própria, vai ter que se virá em casos assim como procurar uma nova moradia em casos de ser expulsa da casa ou até mesmo, em situações graves, recorrer a embaixada brasileira.
O que é “Rematch”?
Existe o REMATCH, que é quando a Au Pair ou a Host Family não estão felizes com o match e assim uma das partes pode optar por procurar uma nova família ou uma nova au pair.
Apesar de parecer fácil, muitas au pairs morrem de medo do rematch e por isso acabam se submetendo às vezes, a situações humilhantes como ter que trabalhar mais que 50 horas por semana (o que está fora das regras), ou até mesmo ouvir desaforos da família ou crianças.
O medo de pedir rematch
Este MEDO DO REMATCH é porque existe um certo receio de não conseguir achar uma nova família e correr o risco de voltar para o Brasil.
Minha experiência: o meu primeiro ano de Au Pair nos Estados Unidos não foi nada fácil, no primeiro mês já estava pensando em rematch. Mas o medo acabou adiando a decisão e com o tempo fui aceitando a minha rotina.
Só para resumir, tinha câmeras na casa toda e eu era vigiada constantemente, e pra variar o menino mais velho tinha perfil agressivo. Para piorar, tinha CURFEW até nos fins de semana, ou seja, não podia chegar em casa depois das 23:00 horas.
Continuando, além de dividir o carro com a família, meu quarto era no porão e não tinha banheiro. Ou seja, tinha que usar o que ficava ao lado da cozinha. Privacidade zero.
Enfim, só não pedir rematch porque mesmo com todos estes problemas, a família me tratava muito bem. Além disso, tive um grande apoio da minha melhor amiga que morava próxima. Como tinha curfew, nos finais de semana eu dormia na casa dela e só voltava para a casa da host family no domingo à noite.
Em resumo, meu primeiro ano de Au Pair foi cheio de desafios e chorava muito. Mas nem por isso a experiência deixou de ser incrível, os fins de semana livres e as saideiras com as amigas au pairs compensavam tudo.
E só para ressaltar, nos Estados Unidos você pode ser Au Pair por até 2 anos. Tem a possibilidade de estender por mais 6, 9 ou 12 meses, com a mesma host family ou com outra. Claro que optei em mudar de família e o segundo ano foi um sonho, morei com uma família PERFEITA.
Faça amizades
Para não correr o risco de chegar e ficar sozinha já nas primeiras semanas do intercâmbio, recomendo fazer amizades até mesmo antes de embarcar. Existe vários grupos no Facebook onde pode fazer o contato com as futuras au pairs.
Quarto da Au Pair e schedule
Antes de oficializar o match, recomendo pedir por escrito as regras da casa e da rotina, e uma foto do quarto que será da au pair.
Dica de ouro: tenha por escrito através de um contrato de trabalho o que foi concordado com a família. Assim, se acontecer qualquer eventual mudança e a família dizer que não tinha dito isso ou aquilo, pelo menos tem como comprovar depois.
E como é a experiência, vale a pena ser Au Pair?
Foi a experiência mais marcante que já tive. Mesmo com todos os contras do primeiro ano, em nenhum momento achei ruim, muito pelo contrário, foi tudo aprendizagem. Viajar, ganhar em dólar ou euro, conhecer as cidades e os lugares mais lindos do mundo, seria difícil ter essa oportunidade se não fosse por conta do Au Pair.
Conheci o Havaí, Alasca, Noruega, etc. Sim, fui para estes lugares e quando penso se estivesse no Brasil, não teria condições de arcar com as despesas, nem mesmo de comprar as passagens aéreas.
Foram tantas memórias, perrengues que hoje eu solto uma risada alta só de lembrar. Só tenho boas recordações e quando lembro de tudo me bate uma SAUDADES de tudo que vivi.
Considerações finais
- Os primeiros meses de au pair são os mais difíceis. Como estará se mudando para um país novo e ainda por cima vai morar com uma família desconhecida, tem a barreira do idioma que demanda um certo tempo para ir se acostumando, até mesmo para quem já tem um nível mais avançado.
- Somado a isso, ainda tem que conquistar a confiança das crianças.
- É preciso criar um laço de amizade com as kids e isso demanda tempo. E o mais difícil, fazer com que essas crianças (que podem ser bem mimadas) respeite e te obedeça.
Conta para mim nos comentários, por que quer ser Au Pair? Qualquer dúvida, deixe um alô 🙂
Abraços
5 comentários
Que fotos lindas!!!! Amei esse post. Bem completo e informativo.
Oii Emilly, muito obrigada 🙂 Grande abraço
Amei seu post. Tenho 15 anos e estou pensando em ser Au Pair daqui a alguns anos, muito lindo a forma como você descreveu sua experiência. Agradeço pelo post e por sua sinceridade.
Oi Marcela tudo bom? Muito obrigada 🙂 Torcendo para que daqui uns anos também possa ter a mesma experiência (ser au pair). Grande abraço
Olá,
Decidi testar o programa de aupair mas tá difícil a ação ao. A casa é suja e desorganizada e as criançadas mimadas. Sinto muita falta de quem está longe de mim e estou pensando em desistir do programa mesmo com pouco tempo aqui. Sabe me dizer o que tenho que enfrentar se desistir do programa?